quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

10 coisas infectadas por zumbis

Por Helloise Mota
Originalmente publicado na Revista 21.

Dentre as diferentes áreas de entretenimento, e até da ciência, que os zumbis já infectaram, foi difícil escolher apenas dez. Afinal, a cultura zumbi já é bem antiga e seu legado é grande. Muita coisa ficou de fora, o clipe Thriller de Michael Jackson, os quadrinhos de The Walking Dead e os diversos livros que tratam da temática e já foram bem explorados anteriormente pela 21. O sucesso dos mortos-vivos tem sido cada vez maior e com frequência um novo ícone é lançado no mercado. Em alguns tópicos da lista a seguir procurei me ater a itens que descobri recentemente e que não são tão conhecidos por muitos dos atuais fãs.
1.Filme – Não é de hoje que os zumbis influenciam a sétima arte. A Noite dos Mortos-Vivos, dirigido por George Romero, em 1968, é um dos primeiros e maiores clássicos do gênero zumbi. No filme, a forma de contaminação é bem diferente daquela dos filmes atuais e ocorre devido a um desastre envolvendo radiação extraterrestre. A trilha sonora garante a tensão, porém algumas cenas chegam a ser cômicas, provavelmente porque a comparação com obras atuais enquanto assistimos é praticamente involuntária. O filme desenvolve bem o instinto de sobrevivência dos humanos e vale a pena pra quem é fã do gênero. Outra diferença em relação aos filmes atuais é a quantidade de sangue exposto nas cenas, que é bem menor na obra de Romero. Em 1999, A Noite dos Mortos-Vivos passou a fazer parte do Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos, órgão responsável por conservar obras cinematográficas do país.  Veja o trailer:

2. Marketing – Diante de tantos fãs, as empresas que trabalham com produtos “zumbificáveis” sentem-se no paraíso. As formas de aproveitar a moda zumbi abrangem desde artigos simples, como figuras de ação, até bolsas de estudos. Isso mesmo! A empresa Scholarship Experts lançou o desafio: “Imagine que a sua Escola/Faculdade foi dominada por zumbis. O seu professor de matemática, as empregadas da cantina e até mesmo o seu melhor amigo, se tornaram zumbis. Use o seu cérebro para criar um plano para evitar os zumbis, incluindo um lugar onde se esconderia e 5 coisas que levaria consigo para sobreviver”. A melhor resposta garante uma bolsa Apocalipse Zumbi no valor de U$1500. Já o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, utilizou a moda em prol da segurança ao publicar um “Guia de Sobrevivência ao Apocalipse Zumbi”. O objetivo do título foi chamar atenção da população para medidas de segurança importantes em situações reais de emergência.
3.Seriado – A maioria dos filmes de zumbis começa com uma cidade normal, onde tudo vai muito bem e as pessoas são felizes. Até que algo estranho começa a acontecer com os habitantes, eles começam a atacar uns aos outros e inicialmente ninguém sabe o porquê. Ou pior, ninguém sabe o que fazer. Em Nerd of the Dead as coisas são um pouco diferentes. Bocarelli, um designer, e Kaiser, um jornalista, são dois amigos loucos por zumbis e sonham com o dia em que poderão enfrentar as criaturas. O diferencial? Eles já estão preparados. Sabem o que são zumbis e como combatê-los. A trama, de comédia e ação, é bastante atual, com direito a fotos postadas no Instagram enquanto eles se vestem para o combate, #partiu #matar #zumbis. A websérie, de produção independente, se passa em São Paulo e foi filmada no apartamento de um dos produtores, o que não afetou a qualidade da obra, que conta com excelente maquiagem e trilha sonora. Os dois episódios já lançados foram disponibilizados gratuitamente no canal do Omelete no Youtube e na fanpage Nerd of the Dead no Facebook.
4.Arquitetura – Se livros, como O Guia de Sobrevivência de Zumbis, de Max Brooks, ensinam a como proteger sua casa de zumbis, construtoras como a KWK Promes põem os ensinamentos em prática. A empresa foi responsável pelo projeto e construção da Safe House, uma casa com área útil de 556 m² na Polônia. Mantida por fontes sustentáveis de energia, a casa possui ponto estratégico para atirar em hordas que resolverem fazer uma visita, além de lança-chamas posicionado na entrada do acesso e muito conforto, proporcionado pela piscina e pelo campinho de futebol desenvolvidos pela decoradora Magdalena Radalowicz. E se você tem sua própria casa antizumbi em mente, pode participar do concurso de arquitetura Zombie Safe House, que todo ano premia os melhores projetos de casa à prova de zumbis pagando tudo para que você compareça à ZomBcon International. E mais! Um dos projetos vencedores será de fato construído nos Estados Unidos, com previsão de conclusão para 2014.
5.Arte – Quer ser transformado em zumbi? Celso Ludgero faz isso, e muito bem! Celso é um ilustrador e quadrinista brasileiro que já transformou praticamente todo o elenco de The Walking Dead em zumbis por meio de ilustração, entre outros personagens, como pode ser visto abaixo.  Porém, ele aceita encomenda de qualquer pessoa que queira ser “zumbificada”. Conheça mais do seu trabalho em seu site oficial e em seu perfil noDeviantART.
6.Ciência - Ultimamente tem sido grande a propagação de notícias que remetem a micro-organismos capazes de transformar seres-vivos em zumbis. Porém, não é necessário muito aprofundamento para perceber que boa parte (senão tudo) é puro sensacionalismo. De fato, a ciência já encontrou seres microscópicos que podem mudar o comportamento e a personalidade de insetos, mamíferos e seres humanos, porém nenhum deles indica que estamos perto de vivenciar canibalismo gratuito por aí. Um deles é o Toxoplasma gondii, que está presente no mundo inteiro e é capaz de inibir o instinto de ratos para que eles sintam-se atraídos por gatos, onde o protozoário se desenvolve até a fase adulta. O parasita também pode infectar seres humanos, que, uma vez portadores da doença causada pelo Toxoplasma, passam a quebrar mais regras e agir de forma mais ousada. Estudos mostram que a mudança de comportamento pode aumentar a tendência de infectados a tentar cometer suicídio em até 91%, enquanto o índice de envolvimento em acidentes de carro torna-se 2,5 vezes maior do que quando não se é portador do parasita.
Imagem: DPDx
7.Games - Como falar sobre zumbis sem mencionar Resident Evil? Lançado inicialmente para Playstation em 1996, Resident Evil chegou à geração do Xbox e já se estendeu para o ramo dos livros, quadrinhos e filmes. Entre os altos e baixos de sua trajetória, o jogo ainda sobrevive, embora a Capcom tenha revelado recentemente sua decepção com as vendas do Resident Evil 6. Ainda não tive oportunidade de conhecer a edição mais recente a fundo, mas confesso com pesar característico de uma super fã de Resident Evil, que me decepcionei com o gameplay. Apesar disso, não troco meu Resident Evil por Left4Dead nenhum, embora também adore este último, cuja segunda edição participou recentemente de um crossover com RE6.
8.Simulação de apocalipse zumbi -  Quem ama zumbis de verdade e não se satisfaz nem com os gráficos mais atuais já pode experimentar a sensação de um apocalipse zumbi na Inglaterra da forma mais real possível, desembolsando 139 euros (cerca de R$365). Tudo ocorre em um shopping desativado e cheio de atores com maquiagens impecáveis, onde você e seu grupo, totalizando 20 pessoas, lutarão pelas suas vidas.  A aventura começa encontrando uma equipe de polícia especialista em zumbis que dão um treinamento básico de como manusear armas de ar. A munição é limitada e não há muitas oportunidades de reabastecimento, a luminosidade é baixa na maior parte do trajeto e a aparência é de que o local é um shopping abandonado que foi utilizado como um hospital improvisado. Portanto é necessário ser rápido e inteligente para escapar do prédio ainda vivo.

9.Atrações – Todos os anos, em Seattle, acontece uma convenção internacional sobre zumbis, a ZomBCon, que além do Zombie Walk (que também é praticado no Brasil, geralmente no dia 02/11), promove palestras, discussões sobre zumbis, workshops e ainda conta com a presença de artistas, que já atuaram em filmes e seriados de zumbis, e escritores da área, como Norman Reedus, o Daryl Dixon do seriado The Walking Dead, e George A. Romero e Max Brooks, citados anteriormente. Para mais informações, visite a página do evento.
10.Fanatismo - Confesso que amo zumbis, mas não sou fanática a ponto de desejar um apocalipse zumbi como muitos por aí. Mas afinal, porque alguém desejaria um mundo caótico, sem conforto e no qual teríamos que ficar constantemente atentos ao menor movimento? O fascínio, provavelmente, decorre do fato de que todo fã de zumbi imagina-se como o herói, o líder do grupo de sobreviventes, aquele que vai salvar a família e se divertir com os amigos enquanto atira em zumbis. Porém, acredito que ninguém que deseja isso pensa de fato no outro lado. O racionamento de comida e água, a falta de um bom descanso e, claro, a possibilidade de ser um dos primeiros infectados. Por mim, que eles não saiam do meu monitor ou da imaginação dos zombie walkers.
E você, a qual dessas áreas já se entregou?

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