quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Já pensou em ser um Doador de Sangue?

Por Helloise Mota
Originalmente publicado na Revista 21.


No dia 14/06 é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A celebração tem o intuito de homenagear aqueles que já praticam esse ato lindo, capaz de salvar vidas, e incentivar os demais cidadãos a fazerem o mesmo, mostrando a importância da doação. A 21 te convida a fazer o mesmo.
Por que doar sangue?
Doar sangue é um ato voluntário, heroico e extremamente humano. Ter a oportunidade de salvar a vida de alguém que você sequer conhece – e fazer isso – é, sem dúvidas, um ato de heroísmo. A quantidade e diversidade de pessoas que precisam de doação é imensa e varia desde bebês prematuros a vítimas de acidentes e pacientes com câncer. Imagina que gratificante saber que você foi útil da forma mais grandiosa possível, salvando alguém.
Não existe sangue sintético. A única fonte de sangue humano, são os próprios seres humanos. Ajudar aqueles que precisam do nosso sangue é algo que só pode ser feito por nós mesmos e, infelizmente, todos nós estamos sujeitos à necessidade de receber uma transfusão. Muitas pessoas começam a doar após sentirem na pele a carência de doadores no Brasil. Não espere passar pelo mesmo. Doe. Todos os anos, diversos hospitais do país precisam suspender cirurgias devido à carência de bolsas de sangue disponíveis nos hemocentros.
Tenho medo de agulha… Coloque-se no lugar de alguém que necessita da sua solidariedade ou dos parentes dessa pessoa. O que será mais assustador: precisar de sangue, correr risco de morte por ninguém doar ou a “picadinha” de uma agulha? Reflita. A cada doação você pode salvar a vida de até 4 pessoas. O processo não é doloroso. E quanto à agulha, aposto que você já caiu da bicicleta ou tropeçou quando era criança e sobreviveu. A dor nesses casos é bem maior, não acha?
Ainda não se convenceu? Veja o depoimento de pessoas que precisam da doação.

Quem pode doar?
De acordo com a porcentagem da população brasileira que doa sangue anualmente – menos de 2% – pode-se imaginar que a doação não seja tarefa simples. Porém, ela pode ser praticada por uma ampla faixa de habitantes. Alguns requisitos são pesar no mínimo 50kg e ter idade entre 18 e 68 anos. Quem tem 16 ou 17 anos também podem, desde que acompanhado dos pais.
Homens podem doar sangue a cada três meses, enquanto as mulheres, a cada quatro. É muito importante estar saudável durante a doação para evitar que, tanto a saúde do paciente que vai receber o seu sangue, quanto a sua se agrave. Por isso, portadores de algumas doenças, como diabetes, hepatite e aids, não podem doar.
Procedimento
Entre o dia anterior e o momento da doação, alguns cuidados devem ser tomados. Não se deve ingerir bebidas alcoólicas ou alimentos gordurosos, nem permanecer em jejum ou praticar atividades físicas intensas. Sendo este último não recomendado também após a prática.
O procedimento completo é simples, dura cerca de meia hora e é composto basicamente cinco passos:
  1. Cadastro: Apresentação de documento de identidade com foto;
  2. Avaliação de peso, altura, pressão arterial e nível de hemoglobina;
  3. Entrevista: Perguntas básicas sobre atividades que você pode ter praticado recentemente, como aplicação depiercing e tatuagem, ou doenças que adquiriu, que variam desde resfriado até aids;
  4. Coleta: Para mulheres, a quantidade de sangue coletado, em mL, é de oito vezes o seu peso, enquanto para homens, nove vezes o seu peso. A quantidade total não ultrapassa 10% do volume de sangue do seu corpo;
  5. Lanche: Necessário para repor a quantidade de líquido retirada do corpo.
A sinceridade durante a entrevista é de extrema importância, pois pode-se analisar a possibilidade do doador estar dentro da “janela imunológica”, período no qual certas doenças recém-adquiridas podem não ser detectadas pelos testes laboratoriais por ainda não terem se manifestado no organismo, através das respostas.
Após a doação, cada bolsa de sangue é dividida em quatro componentes: as hemácias, que são utilizadas no tratamento de anemias, as plaquetas, fundamentais durante quimioterapias e transplantes, o plasma, que auxilia no tratamento de hemorragias e o crioprecipitado, que auxilia na coagulação sanguínea. As bolsas são então encaminhadas para um laboratório, onde serão realizados testes de doenças diversas e tipo sanguíneo. Já o seu sangue, é totalmente reposto dentro de poucos dias.
História de exemplo
James Harrison, um australiano de 74 anos, tem sangue de um tipo raro. Seus anticorpos são capazes de salvar bebês cujos tipos sanguíneos são incompatíveis com os de suas mães. Após 56 anos de doação, James já doou sangue 984 vezes. Estima-se que o homem do braço de ouro, como é apelidado, já ajudou a salvar mais de 2 milhões de bebês, incluindo sua própria filha, além de ter se submetido a uma série de testes que permitiram o desenvolvimento de uma vacina para o problema a qual ele é imune.
E se você não tem um tipo sanguíneo raro, não quer dizer que você seja menos importante. Em menos 10 anos de doação regular, você poderá ajudar a salvar até mais de100 vidas.
Algumas pessoas gostam de colecionar livros, outras filmes ou cartões postais. Que tal começar a colecionar doações também?

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