quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Resenha: Freddie Mercury - Memórias do Homem que o Conhecia Melhor

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Por Helloise Mota
Originalmente publicado na Revista 21.

Farrokh Bulsara nasceu em 1946 na ilha de Zanzibar (África) e passou boa parte de sua infância na Índia, onde começou a ter aulas de piano em 1953 e a desenvolver seu amor pela música.  Dezoito anos depois, o mundo conheceu aquele que se tornaria uma lenda do rock com o nome artístico Freddie Mercury, fazendo o papel de vocalista da banda Queen em Londres.
Sua vida e obra já foram retratadas em inúmeras biografias por todo o mundo a partir de diversos ângulos. Carreira junto ao Queen, vida antes da fama e até compilações de suas entrevistas. Neste livro Peter Freestone, “faz-tudo, garçom, mordomo, criado pessoal, secretário, camareiro... e conselheiro sentimental de Freddie”, como ele mesmo se declara, relata seu dia a dia com Freddie. Acredito que o livro saiu das páginas de um diário, tamanho é o seu detalhismo de memórias. Mas será que Peter Freestone tinha tempo para um diário mesmo enquanto cuidava do exigente Freddie?
Publicado no Brasil pela Editora Madras, o livro possui uma linguagem bastante despojada em alguns trechos, como em uma conversa com linguagem coloquial que temos entre amigos mais íntimos, o que não é comum em livros e por isso estranhei um pouco. Apesar de Peter falar bastante sobre o dia a dia de Freddie e os relatos serem mais voltados para a vida pessoal que para a vida profissional dele, o que faz com que a banda não seja muito citada, a não ser em momentos de lazer ou no estúdio, a obra não chega a ser um BBB literário, já que o autor tem muito respeito pela memória de Mercury.
Conheça os bastidores e o dia a dia. A amizade e admiração por Montserrat Caballé, famosa cantora lírica espanhola, por trás do álbum Barcelona, as discussões entre os membros da banda e a dedicação para que cada música tivesse o melhor de cada um, os projetos inacabados e a emoção e inspiração de cada música produzida, que fazem o leitor querer viver com a intensidade que ele cantava. Para cada grande música, uma história que faz com que você sinta falta de um índice remissivo para elas.
Conheça Freddie e Farrokh. Seus atos impulsivos, suas atitudes intensas, exigentes, seu bom gosto, sua necessidade em ser o (merecido) centro das atenções, sua força e sua amizade, sempre leal a quem podia confiar e aos seus gatos, e as decepções que partiam de pessoas em quem ele não deveria ter confiado tanto. A figura e a festa que Freddie era, o valor que dava às pessoas que admirava, foram as características que mais me tocaram.
Sinta-se ao lado não da lenda, mas da pessoa fascinante e de personalidade forte que Freddie foi. Conviva com ele através deste livro, apaixone-se por ele para depois ver-se devastado com a sua partida precoce.
Um livro inspirador recomendado a qualquer fã.
Clique aqui para ouvir uma playlist, preparada para os leitores da 21, contendo músicas que traduzem a intensidade de Freddie, seja através da letra ou de sua voz, mesmo nos seus últimos dias de vida, além de uma de suas parcerias com outros artistas.

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